Sonho de poeta
Waltel Branco/Alice Ruiz
Quem dera fosse meu
o poema de amor definitivo
Se amar fosse o bastante
poder eu poderia
pudera, às vezes,
parece ser esse
meu único destino
Mas vem o vento e leva
as palavras que digo
minha canção de amigo.
Um sonho de poeta
não vale o instante vivo.
Pode que muita gente
veja no que escrevo
tudo que sente
e vibre, e chore e ria como eu,
antigamente, quando não sabia
que não há um verso, amor,
que te contente.
Sanfoneiros são alegres
tocam Mahler, Mozart, List
Wagner, Schubert, Weber e Verdi
Brahms, Strauss, tocam Tchaikovski
Músicas de faroeste
tocam sax fazem chiste
verás caso apliques teste
sanfoneiros se divertem
só poetas seguem tristes
Levantam pó no nordeste
desfilam todos os hits
no Balet, no baile os foles
rasgam mambo, blues, maxixes
Dominguinhos manda um rap
já Sivuca Stravinsky
Osvaldinho vai de rock
o Hermeto de suite
e a máxima persiste
sanfoneiros serelepes
só poetas seguem tristes
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